"A Magia é o estudo sério das leis que regem as forças que nos rodeiam e que são postas em ação pelo poder da Vontade; a Magia é a ciência que ativa a potência do Verbo e, sobretudo, dirige e concentra o poder do Amor, porque a Magia não é branca e nem negra. A cor da Magia está no coração de quem a pratica".
Márcia Villas-Bôas
Mudanças
A mudança é,
na realidade, a única coisa na vida terrena que não muda. Tudo
muda, obedecendo ao curso da vida, crescendo e se aprimorando.
Mas, por que
será que isso nos assusta tanto a ponto de muitos de nós
preferir parar de arriscar-se, de tentar um caminho diferente,
já que, muitas vezes, o caminho que trilhamos já se tornou
obsoleto?
Como
"caminho obsoleto" entende-se qualquer parte de nossas
vidas que precise de uma resignação, no curso de seus
acontecimentos (relacionamento, trabalho, atitudes, etc.)
O que nos faz
ter medo das mudanças, sejam elas pequenas ou grandes, é o
próprio medo da vida.
Sim, viver é
um risco. Viver de maneira mais intensa e verdadeira, descobrindo
nossas potencialidades e nossos limites é um risco, pois não
sabemos o que iremos encontrar.
Viver hoje, de
forma mais saudável, é aceitar as mudanças ao longo da
caminhada, é perceber que nossa essência, nosso eu interior,
não se perderá por isso, ao contrário, se enriquecerá,
crescerá.
Já diziam os
sábios que viver é difícil, acrescente-se que, às vezes, nem
tanto quanto nós tornamos difícil a vida.
No que tange ao
medo da vida, devido a tanta loucura social, política e
econômica, esse é o mal que atinge nosso século. Temos medo de
conhecer a nós mesmos, de conhecer os outros e preferimos,
muitas vezes, tomar uma posição inflexível frente à vida, o
que nos torna julgadores, críticos e culpados. Isto é tudo o
que não nos auxilia no caminho do amadurecimento
Enquanto
julgadores, colocamo-nos na posição de corretos, detentores da
verdade e o outro é que está errado. Isso nos dá a falsa
percepção de que podemos ser perfeccionistas, o que na verdade,
como seres humanos, não conseguimos ser.
A culpa,
então, aparece decorrente desse fracasso almejando a
perfeição. Sentimo-nos culpados por não atender às
expectativas dos outros e por eles não serem como gostaríamos
que fossem. Esquecemos que através dos erros é que aprendemos,
que crescemos, preferindo, então, não viver para não errar,
para não sofrer, para não mudar, para não crescer.
Mas, até
quando haverá tempo para evitar um encontro inevitável, que é
aquele conosco e com a vida, não a que idealizamos, mas como ela
é?
Não é tão
simples. Mas não só é possível, como é também uma das
saídas para o caos angustiante que vivemos nos dias de hoje.
Somos
responsáveis por nossa caminhada, temos a vida por Deus a nós
confiada e com certeza, não por acaso. Portanto, a oportunidade
de viver deve ser muito bem aproveitada e ter também como meta
dois pontos cruciais: termos a disponibilidade de nos conhecer
melhor dia após dia e, a partir do reconhecimento de quem somos,
começar nossas mudanças, investir em nós mesmos para melhorar
como seres humanos e, com isso, amadurecer e crescer.
Esse é um
caminho mesclado com flores e espinhos, mas que vale a pena ser
trilhado.
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Texto de Raquel
Santos Paz
Gestalt-terapeuta